terça-feira, 28 de junho de 2011


“Palavras são um brinquedo que não fica velho. Quanto mais as crianças usam palavras, mais elas se renovam”. José Paulo Paes
O Pequeno Eco
No âmbito do meu projecto “Livros em Movimento” e em parceria com a professora Sandra Gomes, dinamizadora do Projecto “O Magalhães dentro e fora da sala de aula” propusemo-nos trabalhar uma história em rede, tendo em conta o tema aglutinador do Projecto do Agrupamento “ Escola Ecológica”. O principal objectivo foi a sensibilização de toda a comunidade escolar para uma consciência ecológica, cimentada na defesa e preservação do nosso planeta, estimulando atitudes dignas de protecção ao ambiente. “O Pequeno ECO”, foi o título que achámos mais sugestivo para que o essencial dos aspectos mais relevantes de carácter ecológico fossem explorados. Assim, motivaram-se os alunos para que as suas produções escritas se concretizassem num conto que posteriormente poderá ser publicado num livrinho. Todas as crianças do 1º ciclo, tiveram um papel preponderante e activo como autores e ilustradores. O conto foi elaborado por turmas e coube às turmas da Escola de Rebordãos darem-lhe o início. Depois, outra turma deu-lhe continuidade, partindo do ponto onde ficou a anterior, e assim sucessivamente, até envolver as 30 turmas do 1º ciclo. Executou-se em verguinha de aço, um boneco – “o protótipo” do Pequeno Eco, tendo sido devidamente vestido com materiais recuperados. O Pequeno Eco está exposto nas instalações do Centro Escolar da Sé. As crianças para além das bonitas frases, também escreveram quadras para uma canção que foi musicada pelo professor zézé, tendo sido apresentada e cantada pelas crianças, no final do ano lectivo. Depois de concluída a história sintetizámos as ideias fundamentais concretizando-as numa peça teatral. Para tal desenhou-se e pintou-se a pastel seco o cenário – “A praça do Arco-Iris” e executaram-se fantoches para todas as personagens da história, também com diversos materiais de desperdício. O teatro sobre o referido conto, foi apresentado em todas as turmas envolvidas. Na referida representação contámos com a preciosa colaboração dos professores zézé e Dulce e apraz-me dizer que a comunidade escolar apreciou todo o trabalho desenvolvido por todos os intervenientes do conto.





História em Rede - "O Pequeno ECO"
Autores e ilustradores
– Todos os alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico do Agrupamento de Escolas Paulo Quintela.


EB1 de Rebordãos
Era uma vez um menino chamado Eco.
O Eco era simpático e bonito. Tinha olhos negros, cabelos curtos e castanhos, rosto arredondado e usava sempre roupa da cor dos Ecopontos. O pequeno Eco, apenas com seis anos, preocupava-se imenso com o ambiente.
No dia de Natal, pela manhã, decidiu dar uma volta e ficou muito triste e desiludido, ao ver o contentor indiferenciado, abarrotado de cartão e plástico.

EB1 Mãe D`Água - MA4
Dirigiu-se imediatamente a casa, chamou pela mãe, puxou-a até à janela do seu quarto a apontou-lhe para aquele monte de lixo que transbordava do contentor.
A mãe ficou muito surpreendida e aborrecida com o que viu e disse:
- As pessoas não têm nenhum cuidado e não se preocupam em fazer a recolha selectiva!
- Concordo contigo mãe. E se eu vestisse a minha roupa de trabalho, calçasse umas luvas e fosse apanhar aquele lixo?
- Talvez fosse melhor, mas sozinho não consegues executar essa tarefa, pois ainda és muito pequenino, o melhor seria pedires ajuda aos teus amigos o Ambieco, o Reduza e a Natura.
- Que excelente ideia, não tinha pensado nisso! Vou já chamá-los e tenho a certeza que eles vão adorar.

EB1 Mãe D`Água - MA2
- Então apressa-te, por todos vai ser fácil.
- Pois sim, não posso perder tempo.
Eco saiu de casa muito pensativo e apressado. Dirigiu-se para a rua da Ecologia e pelo caminho, encontrou o Natura e o Recicla, que ao vê-lo tão triste perguntaram-lhe:
- Que tens Eco, para onde vais com tanta pressa, vens com cara de zangado, pareces preocupado? Gritou o Recicla?
- Tens razão, estou mesmo muito preocupado e aborrecido, porque na rua do Embalão, as pessoas, puseram plásticos e cartões no contentor indiferenciado e também muito lixo espalhado pelo chão, – explicou o Eco.
- Que maldade! - Disse a Natura.
- Então o que estás a pensar fazer? Inquiriu o Recicla
- É preciso organizar todo aquele lixo e levá-lo para os ecopontos certos. Informou o Eco.
- Nós vamos apoiar-te e ajudar-te nesta importante missão, concluíram os amigos.
- Está bem, mas vamos chamar o Selectiva e o Ambieco – disse o Eco.

Centro Escolar da Sé - SE4
Os seis amigos dirigiram-se para a rua do Papelão e descobriram que os Ecopontos estavam repletos. Então, surgiu-lhe uma ideia, pedir auxílio ao Senhor Limpezas, o condutor do Camião do lixo.
- Quem lhe telefona? Perguntou o Selectiva
- Eu tenho aqui o número de telemóvel, vou já telefonar. - Senhor Limpezas precisamos que nos ajude a fazer um trabalho importante. Pediu a Natura.
- Não precisam de dizer mais nada, já sei que pensam no bem comum, por isso vou de imediato.
Percorreram todas as ruas da cidade à boleia, no camião do Senhor Limpezas.
Esta aventura foi muito importante porque descobriram que os ecopontos não eram suficientes para os habitantes da cidade. Estavam todos cheiinhos e havia muito lixo espalhado pelas ruas.

Centro Escolar da Sé - SE2
- Oh! Que horror, o que fizeram à nossa cidade!! Admirou-se o Reduza.
- Não te preocupes, vamos já resolver isso. Levamos o lixo no camião para a fábrica da reciclagem, disse o Selectiva. - E onde fica essa fábrica, é muito longe? Perguntou o Ambieco.
- Não, fica na cidade Reciclolixo, conclui o Recicla.
- Cidade quê? Reciclobicho?
Riram imenso porque acharam muita graça ao nome da cidade.
- Parece que não ouves bem! Nunca ouviste falar de reciclagem?
- Já, mas nunca imaginei que existisse uma cidade com esse nome. Acho até muito interessante.
-Pois é, sabes que é nessa cidade que se transforma o lixo em materiais novinhos em folha!
- Vamos lá acabar com essa converseta porque todos aprendemos na escola o significado da reciclagem, – disse o Eco
- Pois, pois, agora vamos organizar o nosso trabalho. Lembrei-me agora mesmo que também podíamos aproveitar os materiais que pudermos para fazer brinquedos e fantoches. Concluiu o Ambieco.
- Muito bem, disse o Recicla, mas eu também vou opinar, porque tenho uma ideia na minha cabecinha, que penso ser estrondosa, acho eu!

Centro Escolar da Sé - SE3
- Diz lá, desembucha, de ti só podem sair ideias fabulosas - disse a Natura,
- Os livros velhos que encontrarmos, devíamos aproveitá-los para construir uma história.
- Espectacular! Essa cabecinha pensa e pensa bem! – Exclamou o Eco. Então, desses livros recortamos as imagens, fazemos montagens e colagens e depois só temos que inventar o texto.
- Boa, esplêndido! E a história que construirmos, podemos apresentá-la às crianças, para que aprendam a tratar bem a nossa magnífica cidade, explicou o Selectiva.
- Recicla, já pensaste num título para o livro? – Perguntou o Reduza.
- Acho que, se todos concordais podia chamar-se “Os seis e uma aventura na cidade Mágica”.
- Claro que concordamos, é um título muito apropriado – concluíram em coro.

Centro Escolar da Sé - SE1
-Está tudo a correr muito bem, falta apenas neste ponto, saber como vamos apresentar a história – disse o Recicla.
- Podíamos utilizar os fantoches que construirmos com os materiais usados, para as personagens do conto e fazer um teatrinho. Estou convencido que irá encantar todas as crianças – acrescentou o Ambieco.
- Então mãos ao trabalho, não temos tempo a perder - gritou o Eco.
Todos os dias, durante uma semana, os seis amigos puseram em prática tudo o que tinham planeado.
Os fantoches ficaram muito atraentes e o livro espectacular.
Estavam cansados, mas felizes, por terem feito um óptimo trabalho.
- Que lindos ficaram os fantoches, até parecem personagens a valer! Exclamou a Natura.
- Ficaram mesmo, ficaram fantásticos, incríveis, perfeitinhos, deslumbrantes…, nem há mais palavras para dizer – concordaram todos.
- São os fantoches mais lindos que eu já vi e são eles que vão “dizer” às crianças que não se deve sujar a Natureza, porque ela é vida – esclareceu o Reduza.

EB1 Mãe D`Água - MA1/3
Apresentaram o teatro na praça Verde, da cidade Mágica a todos os alunos das escolas do 1º Ciclo.
Foi um sucesso delirante!!!
O Eco e os amigos acharam que o trabalho não estava completo, havia ainda muito para fazer. Era preciso agora alertar os habitantes da cidade Mágica. Reflectiram sobre o assunto e rapidamente saíram das suas cabecinhas pensantes, muitas ideias. Escolheram aquela que acharam mais interessante para o objectivo que pretendiam.
Resolveram então, ir de porta, em porta, entregar um bilhete para uma reunião com todas as pessoas da cidade Mágica, na praça do Arco-íris, para as informar dos cuidados a ter com a cidade.
Os seis amigos, juntaram-se em casa do Eco com a intenção de preparar a reunião. Distribuíram em conjunto as tarefas de cada um.

EB1 Espinhosela
Ficou decidido que a Natura iria pedir ajuda a todas as pessoas que vivem na cidade Mágica, para no dia de Ano Novo plantarem muitos pinheiros, porque na véspera de Natal tinham sido cortados imensos.

EB1 de Santa Comba de Rossas - RO2
O Recicla resolveu pedir às pessoas, ajuda para a construção de uma máquina que transformasse o lixo que ainda não é possível reciclar em pás, vassouras, carretas, machados, engaços, espalhadoras, sachos, foices e gadanhas, para limpar a cidade Mágica.

EB1 de Rossas - RO1
O Reduza pensou em dizer às costureiras da cidade Mágica, para fazerem vários sacos de tecido com as cores dos ecopontos e os distribuir, de casa em casa, pelas famílias. Assim, quando fossem às compras não precisavam de usar sacos de plástico evitando a poluição da nossa cidade.

EB1 Beatas - BE4
O Ambieco teve a esplêndida ideia de convidar para essa reunião o Mário Solidário dos Verdes, para dialogar sobre a melhor forma de proteger o Ambiente. Ficou decidido criar uma lei para castigar as pessoas que maltratassem a nossa casa, o Planeta Terra. Foi sugerido que se elegessem, entre todas as pessoas da cidade, Sentinelas do Ambiente que iriam fazer cumprir essa lei. Desta forma, quem sujasse a Cidade Mágica teria um castigo severo: dois meses de serviço comunitário

EB1 Beatas - BE1
O Selectiva planeou dizer às crianças das escolas da cidade Mágica, para elaborarem cartazes muito coloridos, com frases e imagens a ensinar às pessoas a melhor maneira de separar os diferentes materiais. Os cartazes deveriam ser feitos com caixas de cartão usado e plastificados para colocar nos postes, nos vidros dos carros, nas montras dos cafés, nas escolas, nas paragens dos autocarros, nos campos de futebol e junto dos Ecopontos.

EB1 Beatas - BE3
O Eco que era um menino muito esperto, depois de muito pensar, conversou com os seus amigos e disse:
- Já sei! Vamos também pedir às crianças da cidade Mágica para reaproveitarem materiais usados e fazerem instrumentos musicais.
A Natura ficou muito curiosa e perguntou:
- Eco, para que vão servir esses instrumentos musicais?
- Tive uma ideia que me parece fantástica, mas não sei se concordais! – Acrescentou o Eco.
- Que ideia é essa? – Perguntou o Selectiva.
- Com os instrumentos musicais vamos criar uma banda.
- Quem vai participar na banda? - Inquiriu o Ambieco.
- Somos nós. O Reduza toca bateria, o Selectiva piano, o Ambieco guitarra, eu saxofone, o Recicla pandeireta e a Natura que é a nossa mascote é a vocalista.
- E agora! Falta um nome para a banda! – Exclamou o Reduza.
- Podia chamar-se “ Os Diabinhos da Reciclagem” – Acrescentou o Eco

EB1 das Beatas - BE2
- Claro Eco, “Os Diabinhos da Reciclagem” combinam com a nossa missão – disse o Selectiva muito entusiasmado.
A Natura quando soube que era ela a vocalista ficou muito nervosa e perguntou:
- Eco então o que é que eu vou cantar?
- Já sei o que podemos cantar! Para as pessoas não se esquecerem de fazerem a recolha selectiva, podemos arranjar uma letra sobre os ecopontos e o que se pode colocar neles.
- Sim, isso é extraordinário!
De repente, a Natura teve uma ideia cintilante:
- E se fizéssemos uns fatos com diferentes materiais usados, para todos os elementos da banda?
-Mas que ideia fabulosa! – Admirou-se o Recicla, vamos já tratar disso.

EB1 Formarigos – FO1/FO2
Contente, a Natura foi rapidamente a casa pedir ajuda à mãe para confeccionar o seu fato.
- Mãe, podes ajudar-me a fazer uma roupa para usar no concerto de estreia da banda “ Os Diabinhos da Reciclagem”?
- Claro que ajudo! Vamos escolher o modelo e os materiais. – Disse a Mãe.
- Eu já pensei em alguns materiais: cortiça, folhas, fitas e caixas dos embrulhos que guardei das prendinhas de Natal, palhinhas, pauzinhos e pedrinhas… Sugeriu a Natura.
- O que estás a pensar usar?
- Um top com tirinhas de cortiça, uma saia com folhas de castanheiro, um chapéu de caixas de cartão enfeitado com fitas. Também podia levar um cinto com botões dourados que tu tens na caixa da costura.
- Que ideia formidável! Com esses materiais vai ficar uma roupa muito original.

Centro Escolar da Sé - SE7
Eco teve uma ideia maravilhosa! Correu para casa do avô e pediu-lhe materiais para fazer a sua fatiota.
Reviraram tudo e encontraram os mais variados objectos: cartão, plástico, roupa usada, calçado velho, fitinhas coloridas dos embrulhos e chapéus de palha Seleccionaram-nos e o Eco pediu também uma ideia extravagante à avó para que ele pudesse ficar genial em palco com uma vestimenta desigual.
Fizeram uns calções de cartão, utilizando remendos com as cores dos ecopontos; uma t-shirt de plástico amarelo, revestida de pinheiros feitos com aparas dos lápis verdes para os galhos e castanhos para o tronco; um chapéu de palha decorado com fitinhas coloridas e em cada, uma frase sobre a importância do ambiente para a vida dos seres vivos; uns sapatos feitos com a borracha de umas botas velhas do avô e as mangas de uma camisola de malha e finalmente as meias tricotadas pela avó.

Centro Escolar da Sé - SE6
O Ambieco estava a meio de ver um filme e de repente, ao observar uma cena, teve uma ideia. Telefonou ao seu amigo Eco e disse:
- Eco, tens algum material que me possas dar para eu transformar em roupa, para vestir no dia do espectáculo da apresentação da nossa banda? Sabes, estou indeciso entre o plástico e o cartão para a confecção das minhas roupas!
-Acho que ficaria bem o plástico porque pode chover no dia do concerto e também há plásticos muito coloridos.
- Olha, nem tinha pensado nisso! Deste-me uma ideia formidável. Vou já depressa procurar o plástico necessário.
- O teu fato vai ser um sucesso!
- Eu já estou impaciente para ver o resultado deste trabalho! Vou fazer umas calças à boca-de-sino, um casaco justinho e uns sapatos bem altos, como usavam os meus pais nos anos sessenta!


Centro Escolar da Sé – SE5
O Reduza foi pedir auxílio à sua irmã Reduzina:
- Reduzina, estou muito nervoso, não sei o que hei-de vestir para usar no dia do concerto.
- Já sei, já sei, não te preocupes e não fiques angustiado, tenho aqui algumas roupinhas das minhas bonecas que te vou oferecer para tu poderes transformar e fazeres a tua roupa. Olha, lembrei-me de uma coisa que talvez te possa ser útil. Um dia, quando passava na Praça do Lago, vi uma meia verde caída no chão e trouxe-a para casa, acho que a podes utilizar para fazer uma gravata lindíssima e diferente.
- Obrigada minha adorável irmã, vou aproveitar tudo que me deste e recompensar-te um dia.
- Sabes, também gostava de fazer umas luvas amarelas fluorescentes para chamar a atenção das pessoas, porque as mãos são muito expressivas.
- A saia aos quadradinhos da minha boneca Puca, utilizamo-la para fazer a tua blusa. Achas bem?
- Bestial! Mas ainda me faltam as calças.
- Com o resto dos vestidos das outras bonecas aplicamo-los às tuas calças. Vamos cosê-los e vão ficar muito enfeitadinhas. Se quiseres, com alguns bocados de tecido, podemos cortá-los em tiras e fazer um cinto e um cachecol.
- Que óptima ideia não tinha pensado nisso! O espectáculo vai ser emocionante.

EB1 do Campo Redondo - CR1
O Selectiva utilizou materiais velhos para fazer a sua roupa e pediu ajuda aos amigos da sua turma. Resolveram fazer um colete com garrafas azuis do sumo; uns sapatos com pacotes do leite e atacadores de tirinhas de camisolas velhas; uns calções dos sacos dos pacotes do arroz e da massa, com muitas tirinhas; uma camisa de restos de camisas velhas do pai, cortados aos quadradinhos e uma gravata feita de uma meia amarela da Clara, a sua melhor amiga.
O Selectiva não sabia como havia de pentear o cabelo e a Clara, deu-lhe uma ideia:
- Fazes uma crista bem alta e ficas um espanto.
- Obrigado gostei muito da tua opinião. Vou pôr o gel colorido que o pai usa.

EB1 do Campo Redondo - CR2
O Recicla ficou muito aflito ao saber que também tinha de arranjar alguma coisa para se vestir e não lhe surgia nenhuma ideia.
Um dia, quando passava junto dos ecopontos viu muitos materiais no chão e pensou imediatamente que os podia reutilizar para fazer o seu fato.
Recolheu latas, caixas de cereais, cartão, pilhas, cápsulas e embalagens do café, botões, embalagens de produtos de limpeza, garrafas da água e do sumo, copos de iogurtes…
Tentou fazer um modelo único, não queria fazer má figura. Com os sacos do café fez a camisa e pôs-lhe os botões das cápsulas coloridas. Para o casaco usou as caixas dos cereais. As calças, fê-las com as garrafas do sumo e da água. Também fez um cinto de cartão que decorou com pilhas e copos de iogurtes. Finalmente fez os sapatos com as latas da Pepsi e da Coca-Cola.
- Ufa, até que enfim! - Exclamou. Vou mostrar a minha fatiota aos meus amigos.
Telefonou aos amigos para se encontrarem na casa do Selectiva - cada um deveria trazer o respectivo fato.
Estava muito ansioso e as horas custavam a passar.
Finalmente tocou a campainha.
- Entrai, apressai-vos.
- Vê lá se desmaias homem! – Disse a Natura
- Quero ver se não, mas está-me a custar a aguentar tanta ansiedade.
Retiraram os fatos do saco e ficaram deslumbrados com aquele magnífico trabalho.
- Agora só falta a canção. - Verificou o Selectiva.
- Vamos a isso, retorquiu o Reduza.
- Nós tratamos da letra da canção. Disseram o Recicla, o Ambieco e o Reduza.
- Então a música é connosco – concluíram a Natura, o Eco e Selectiva.
Juntaram-se na garagem do Reduza e depois de muitas cantorias e algumas traquinices surgiu uma bela canção.
















EB1 do Campo Redondo - CR4
Marcaram o concerto para dia 31 de Dezembro às 23 horas. Pretendiam que todas as pessoas da cidade Mágica aprendessem a proteger o ambiente e por isso, a entrada seria grátis. Porém, havia uma exigência muito simples, mas importantíssima para todos. Os habitantes da cidade deveriam fazer adequadamente e recolha selectiva, trazendo para o concerto, materiais reaproveitados para um jogo surpresa ao qual chamaram “ A caça selectiva”.
As regras seriam projectadas num grande ecrã, para que os participantes as pudessem conhecer, rever e cumprir:
Os participantes seriam distribuídos por quatro grupos, utilizando as cores dos ecopontos (amarelo, verde, azul e vermelho);
Cada grupo teria quatro sacos de tecido, devidamente identificados com as respectivas cores;
Os elementos da banda dos “ Diabinhos da Reciclagem” iriam esconder os materiais trazidos pelo público, para a concretização do respectivo jogo;
O objectivo de cada equipa era encontrar o maior número de objectos correspondentes à cor de cada um dos sacos e depositá-los no seu interior;
Todos os participantes receberiam mini-ecopontos como recompensa de participação e a equipa vencedora, aquela que conseguisse juntar mais materiais, ainda receberia um o leão e um compostor que disponibilizaria para toda a população da cidade Mágica.

EB1 do Campo Redondo - CR3
Entretanto, chegou o tão esperado dia do concerto. Acordaram muito entusiasmados e foram confirmar se estava tudo em ordem.
De repente, a Natura lembrou-se à última hora de lançar um desafio, que era criar um slogan apelativo que chamasse a tenção para a preservação do ambiente e disse aos seus amigos:
- Será que ainda temos tempo de fazer o slogan?
- Tem calma Natura, se trabalharmos em conjunto ainda temos tempo e, certamente sairá uma frase esplêndida e apelativa. Respondeu o Ambieco
Um, a um, apresentou a sua ideia e saíram frases com muita imaginação:
“ Não poluam o Mundo”; “ Limpem o ambiente”; “ Mundo é a melhor coisa que nós temos se o estimarmos”; “ Reduzam, reutilizem, reciclem e recuperem”; “Se continuas a poluir o ambiente o mundo vira lixeira”; “ Reciclar para vida melhorar”; “Continua a reciclar e mundo vai melhorar”.
Depois, através de um sorteio, pediram à Natura por ser a única menina do grupo, que tirasse um papel. A Natura acedeu prontamente e cheia de entusiasmo leu em voz alta, a frase sorteada: “ O Mundo é a melhor coisa que temos se o estimarmos”. Ficaram boquiabertos por verificar que a frase era a que todos desejavam.
Continuaram o seu trabalho com muita inspiração. O Selectiva escreveu o slogan, num cartaz que ocupava metade do palco; o Reduza afinou os instrumentos, a Natura treinou a sua voz; o Eco e o Recicla deram um jeito aos enfeites, que foram feitos de material reaproveitado e o Amabieco preparou o jogo surpresa.
O concerto atraiu muita gente e esperavam com muita inquietação a hora do tão desejado jogo e do espectáculo. No final receberam muitos elogios porque esteve tudo muito bem organizado e correu às mil maravilhas.
Foi sem dúvida um dia grandioso para o Eco, os amigos.
O público apercebeu-se, finalmente, da importância da protecção do ambiente. Então, a partir desse inesquecível dia, todas as pessoas da cidade Mágica colaboraram com o Eco e os amigos, em missões que preservassem toda a Natureza e a cidade onde queriam viver felizes, sem lixo e poluição.
Compreenderam finalmente, que o mundo seria melhor e a vida teria mais sentido se todos cumprissem o seu dever de bons cidadãos.
Esta era a mensagem que eles queriam transmitir e ficaram contentes e orgulhosos por terem conseguido.