terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A Vassoura Mágica Luísa Ducla Soares
“A leitura reaviva a memória e coloca-nos a par do desconhecido” Orlando R. Almeida

Este conto foi desenvolvido em duas aulas. A primeira foi apresentada da seguinte forma: Antes do grupo entrar na sala de aula preparei um cenário misterioso e mágico, com material adequado ao momento: velas acesas, música, objectos exóticos…, de modo a invocar uma espécie de “Tenda Mágica”. Nesse espaço coloquei cartões executados em cartolina, (tantos quantos os alunos e a mesma quantidade de esferográficas), para posterior utilização. Os alunos sentaram-se em círculo, num cobertor. De seguida, expliquei as actividades que se iriam realizar, estabelecendo uma conversa interactiva com os alunos, com o intuito de que o fedeback resultasse proveitoso. Mostrei a imagem da capa do livro e solicitei que antecipassem o título do conto. Escrevi no quadro os títulos que foram dando e, por unanimidade escolhemos o mais sugestivo. Explorei de seguida, a linguagem não verbal do livro (elementos paratextuais) e depois contei a história, encarnando as personagens e utilizando à medida que o conto se desenrolava os respectivos adereços (chapéus de bruxa e de fada e vassoura mágica). Reflectimos, em conjunto, sobre o conteúdo da história, enfatizando os acontecimentos mais relevantes. De imediato, os alunos quiseram recontar a história, teatralizando-a. Seguiu-se o momento em que, pelo diálogo, fiz o elo de ligação do conto com a actividade seguinte, invocando valores implícitos nas atitudes das bruxinhas da história, transpondo-os para o mundo das crianças e dos adultos. Assim, teve como principal objectivo o conhecimento interpessoal, através da “troca”, numa Tenda Mágica, de uma característica que cada um não aprecia em si próprio, por outra que deseje ardentemente, ou seja, trocar o seu maior defeito pela qualidade que mais gostaria. As crianças reflectiram sobre a troca que pretendiam efectuar, num ambiente musical muito sereno e relaxante. Depois, cada um, na sua vez, dirigiu-se ao espaço previamente preparado e escreveu num cartãozinho a troca efectuada. Depois de todos terem passado pela tenda mágica, recolhi os cartões e entreguei-os de novo às crianças. Cada um leu o que escreveu em voz alta, justificando as razões da troca efectivada. Não foi permitido que os outros colegas fizessem comentários, durante o período em que cada um fez a sua intervenção. A aula culminou com um momento de magia: “a libertação de bolinhas de sabão”.


Segunda Aula - Na segunda aula, enquadrei uma actividade que se adequou ao propósito do conto desenvolvido. Relembrei a história com a ajuda das crianças e fiz depois o elo de ligação relacionando-a a com a época carnavalesca, possibilitando aos alunos, pelo diálogo, a escolha da fantasia que pretendiam usar no carnaval. Pedi aos alunos que relembrassem o título por eles escolhido, para o conto. Escrevi esse título no quadro e o original também. Posteriormente, entreguei o livro às crianças possibilitando-lhes o seu manuseamento, a visualização de todas as imagens e a descoberta dos elementos paratextuais (título, autor, ilustrador, editora, nº de edição e nº de páginas). De seguida, coloquei no placard papel cenário de dimensões suficientes para que, os alunos pudessem escrever o que lhes ia na alma. Expliquei o mecanismo de funcionamento do jogo: “Debater sem falar”. Os alunos podiam escrever no papel cenário, afirmações, perguntas, respostas… O que quisessem… Podendo, também desenhar… Tudo, desde que fosse feito sem falar…Escrevi o tema, na forma de uma pergunta: “O que é para nós o Carnaval”? A partir da questão exposta, iniciou-se a actividade. Estimulei a participação de todos e certifiquei-me do cumprimento das regras. Depois de todos terem participado leram um de cada vez, o que escreveram ou desenharam. Fizeram fantoches com os cinco dedos das mãos, utilizando guardanapos de papel coloridos e a Ana aluna do 1º ano da EB1 do Zoio, quis fazer um acróstico com a palavra Carnaval. Ficou muito interessante. Para finalizar, preencheram individualmente a ficha técnica e uma grelha de autoavaliação das actividades desenvolvidas. As crianças deliraram com todas as actividades desenvolvidas nas duas aulas. Ficaram deslumbradas com momento da libertação das bolinhas de sabão, com a “tenda mágica” e com todos os objectos expostos na mesma. Acharam a ideia dos jogos: “troca de defeitos por qualidades” e o “debate sem palavras” muito interessantes e inovadores. Foi engraçado e curioso, porque as crianças quiseram comprar alguns objectos de bijutaria e perfumaria, da “Tenda Mágica”

Títulos dados pelos alunos para o conto “A Vassoura Mágica”







segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O Outono Voltou - Anne Marie Dalmas


“Ler é ver o luar, as estrelas a piscar, a lua a caminhar e o céu a flutuar!”

Este pequeno conto, foi extraído do livro “101 histórias para crianças”, de Anne Marie Dalmas e apresentei-o a três turmas: LO1 – 1º ano – EB1 do Loreto, MA1 – 1ºano e MA2 – 2ºano – EB1 Mãe D`Água, no mês de Novembro. Os alunos visualizaram uma imagem procurando através da mesma antecipar o título da história. Depois dialogámos sobre o livro e li alguns títulos das histórias nele contidas, tendo as mesmas suscitado muito interesse por parte das crianças. De seguida, fiz a leitura expressiva do conto e explorei-o através de questões orais. Posteriormente e sabendo do interesse das crianças pelo livro, entreguei-o aos alunos e em grupos de dois, apreciaram-no, manipularam-no, folhearam-no e observaram as imagens. Sequenciaram a história a partir de frases desordenadas. Esta sequenciação fez-se a partir da leitura pausada e em voz alta de cada pedacinho do conto, numerando-os conforme a opinião das crianças. De vez em quando, ia alterando a ordem das frases para aferir o grau de atenção dos alunos. Esta estratégia resultou muito bem porque eles conseguiram facilmente ordenar todos os “bocados” do conto. Concluída a tarefa de reconstrução da pequena história, li-a novamente e com a ajuda dos alunos colámos a história em “postas” numa folha de Outono, que executei em cartolina. Finalmente, procedeu-se a um jogo de palavras e frases sobre o conto, que consistiu no seguinte: Entreguei a cada criança uma folha de Outono recortada em cartolina e com uma letra conhecida dos alunos, impressa na referida folha. Ao mesmo tempo, entreguei também um pedacito de papel que continha esta frase: “Um dia de Outono fui ajudar a mosca a abrigar-se numa folhinha e vi ------------? Li em voz alta a frase enigmática e cada criança respeitando a sua vez e identificando a sua letra, ia dizendo uma palavra iniciada pela respectiva letra, relacionada com o conto e com o Outono. Escrevi no quadro as palavras que os alunos disseram e de seguida, copiaram-nas para o pedaço de papel, concluindo o enigma e também as ilustraram. Depois disto, colaram a frase na folhinha de cartolina e colocámos todas as folhas, na folha de Outono, executada em cartolina. Ficou um painel muito atractivo e as crianças não se cansavam de mostrar umas às outras a sua folha com a frase que cada um completou. Apreciaram muito a história e todas as acções desenvolvidas.



“O Outono Voltou” - Anne Marie Dalmas
Era uma vez uma mosca chamada Outonina. Nos dias em que chovia e o vento soprava forte, abrigava-se debaixo das folhas caídas das árvores e não se atrevia a voar.
Durante os meses em que o frio era mais intenso, vivia triste, cheia de medo e quase não conseguia dormir. Não podia sair debaixo da sua folhinha, porque corria grande perigo, o vento podia levá-la para muito longe.
Cada vez que adormecia debaixo da folha de uma árvore, era acordada em sobressalto por uma sacudidela brutal, e depois arrastada, juntamente com a cama, no centro de um turbilhão gelado, para finalmente ir cair, estonteada, mais moída que uma salada, na erva do chão.
Uma manhã, uma tormenta mais violenta que costume, levou-a, a ela e a folha de carvalho, que lhe servia de colchão, num terrível pé-de-vento.
O vento sacudiu-a revolveu-a, e revirou-a em todas as direcções e Outonina ficou agoniada. De repente mais uma rajada de vento atirou-a ao chão, à beira do caminho. E à sua volta a mosca viu dezenas e centenas de folhas, vermelhas, amarelas, ressequidas, dançando na poeira.
A senhora Mosca, então, soltou um suspiro e percebeu que o Outono tinha voltado e com ele esse grande vento turbulento que tudo levava na passagem. Então, arranjou num instante a bagagem, e correu a abrigar-se na cabana do jardineiro. Apesar de cheirar a bafio e a fechado, na cabana do jardineiro, a mosca ficou feliz e decidiu que quando houvesse ventos e nevões, ficaria ali abrigada e dormiria sossegada, em vez de andar aos trambolhões…”


domingo, 2 de janeiro de 2011

Cama de Dossel - Livro”101, histórias de animais.” - Anne Marie Dalmais

“O Outono já chegou aos arrufos do vento as folhas num desmaio embalam-se pelo ar…vão caindo…caindo uma a uma, em desalento e uma a uma, lentamente, no chão vão pousar…” J.G. de Araújo Jorge
Esta história foi apresentada em cinco turmas: ZO1 – Zoio; RE1 e RE2 – Rebordãos; MA4, MA2 – EB1 nº 9-Mãe D`Água; no Mês de Novembro.
Iniciei a aula com a exploração de uma imagem do conto, proporcionando aos alunos a antecipação do título da história. Fez-se a leitura expressiva da mesma, utilizando diferentes entoações, de acordo com as personagens (ratinho, arganaz, coelhinho e ouricinho) e explorou-se de seguida o conto. Estimulei os alunos à discussão aberta, propiciando uma reflexão sobre o conteúdo da história. Depois os alunos procederam ao reconto oral com dramatização. Finalmente sequenciaram a história a partir de frases desordenadas (em postas), que posteriormente colaram em cartões, sendo os mesmos também colados em folhas de Outono, executadas em cartolina. Depois colaram as referidas folhas numa grande folha desenhada em papel cenário e pintada a pastel, para exibir no placard. Fez-se um jogo de palavras e frases sobre a história, para os alunos de 1º e 2ºanos (entreguei aos alunos folhas feitas em cartolinas coloridas, contendo cada uma, uma letrinha já conhecida. Em primeiro pedi para que cada aluno identificasse a letrinha que lhe tinha pertencido e depois eu dizia: “Um dia de Outono fui ajudar o ouricinho a apanhar folhas e vi”____? Exemplo: Um dia de Outono fui ajudar o ouricinho a apanhar folhas e vi (A)…….Ex. Arganaz; Um dia de Outono fui ajudar o ouricinho a apanhar folhas e vi (O) ………Ex. Ouriço; Um dia de Outono fui ajudar o ouricinho a apanhar folhas e (F)vi…….Ex. Folha…
Os alunos um a um, iam dizendo o nome de qualquer coisa relacionada com o Outono e iniciada com a letra que tinham no interior da sua folha de cartolina. Depois completaram a frase, que eu disse e que estava impressa na folhinha de cartolina, por escrito, com a palavra correcta.
Culminou a aula com uma ficha simples e adaptada aos quatro anos de escolaridade.

Cama de Dossel - Anne Marie Dalmais
Era uma vez quatro amigos: uma lebre, dois ratos e um arganaz muito castanhinho. Gostavam muito de brincar os quatro, e mais ainda de fazer surpresas agradáveis uns aos outros. Mas, numa tarde cinzenta de Outono, enquanto combinavam um jogo, foram surpreendidos por um ouricinho, que por ali passava cheiinho de pressa e muito carregadinho de folhas de todas as cores e feitios.
Cuidado, deixem passar o camião das mudanças! – gritou a rir o coelhinho, fingindo dirigir o trânsito com gestos de sinaleiro.
Os ratos o arganaz e a lebre afastaram-se imediatamente para dar passagem a um enorme carregamento de folhas, que levava às costas um ouriço muito pequenino!
- Ouricinho - perguntou um rato – diz-nos porque andas a carregar tantas folhas. Para onde vais? Que queres fazer? Vais-te mudar ou tencionas mascarar-te de Outono?
O ouriço, trombudo, não respondeu e seguiu caminho. O coelhinho e os seus amigos ficaram muito aborrecidos.
- Estás a ser mal educado! – gritou-lhe o arganaz.
Uma vez, duas vezes, dez vezes, cem vezes! Durante aquela tarde o ouricinho tornou a passar, meio enterrado na montanha de folhas. Um após outro, a lebre, o arganaz, os ratos e o coelhinho, foram-lhe perguntando para que queria tanta folhagem. O ouriço não abriu boca, e por fim, desanimados, o coelhinho e os seus amigos deixaram de fazer perguntas.
- É com certeza uma brincadeira! – declarou o coelhinho. – Anda a brincar aos camiões de mudanças!
- Deves ter razão – responderam os amigos. – Mas seja lá como for, é um sorumbático e um antipático!
E foram todos brincar, sem querer saber mais do ouriço.
Mas de repente, ao fim da tarde, o ouriço, como se só então tivesse recuperado o uso da fala, desatou a chamá-los em altos gritos.
- Eh! – gritava. – Eh! Lá! Venham ver o que eu arranjei!
Como eram todos muito curiosos, o coelhinho e os seus amigos esqueceram o mau humor e a zanga e precipitaram-se, em grandes saltos para junto do ouriço.





A Formiga que seu pé prende na neve - João de Barros

(Conto Tradicional)
“Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de papelaria”. José Luís Borges


Este conto foi apresentado durante o mês de Janeiro às seguintes turmas: BE1 – 1º ano, BE4 – 4º ano (EB1 das Beatas); CR2 - 1º Ano, CR1 1º Ano (EB1 do Campo Redondo); FO1 – 1º e 2º ano (EB1 dos Formarigos); LO1 – 1º ano (EB1 do Loreto); MA2 – 2º e 3º anos, (EB1 Mãe D`Água); PQ1 – 1º ano (Paulo Quintela); RE1 – 1º e 2ºanos, RE2 3º e 4ºanos (Rebrodãos) e ZO1 – 1º-2º-4º anos (Zoio)
Apresentei a história na primeira pessoa, com a respectiva caracterização e adereços dos animais, executados em cartolina e colados em pequenos paus.
Explorei a história com questões que remeteram para a interdisciplinaridade. Fez-se uma reflexão sobre o conteúdo da mesma enfatizando os acontecimentos mais relevantes. Os alunos participaram todos no reconto da história, servindo-se dos respectivos adereços dos animais. Realizei com as crianças um jogo para desenvolver a consciência fonológica, “A Vaca e a Serpente vão às compras”
Finalmente preencheram uma grelha de autoavaliação das actividades desenvolvidas. Os alunos apreciaram bastante o conto, a dramatização e o jogo.

Criação de Histórias através de uma Caixa Mágica

“As histórias possuem cheiros, cores e sabores por isso são uma fábrica de experiências e imaginação”.

Esta actividade foi desenvolvida no mês de Novembro em seis turmas: CA1-3ºano, CA3 -2º e 3ºanos, CA2 – 4º ano, BE4- 3ºano, LO2 – 3ºano e LO3- 4ºano. Comecei a aula a dialogar sobre histórias de todos os géneros (alegres, tristes, divertidas e até aborrecidas) tamanhos e feitios (grandes tão grandes que dão voltas e voltas e não param, e outras pequeninas). Depois procurei levar os alunos a reflectir sobre o que era preciso para criar uma história e também sobre a ordem dos acontecimentos, conduzindo a aula para a compreensão das várias etapas que constituem uma história: 1- abertura 2 – caracterização dos personagens 3 – espaço 4 – conflito/problema 5 -resolução para o fecho da história; Apresentei de seguida uma “caixa mágica” devidamente guarnecida de motivos apelativos, contendo no interior diversos objectos. Esses objectos serviram para a construção de uma história individual. Os alunos, um a um, e de olhos fechados, escolheram um desses objectos. Em grupos de dois, descreveram-nos. Cada par fez uma pequena produção escrita, sobre os seus objectos e deu- lhe um título sugestivo. Finalmente, fez-se a leitura em voz alta das suas produções e copiaram-nas para um protótipo de livrinho, executado em cartolina. Os alunos gostaram imenso desta actividade e lançaram-se com muito afinco nas tarefas propostas. De salientar que os contos inventados estavam repletos de imaginação.






O Coelhinho Branco e o Vírus da Gripe A - Texto adaptado – Alice Vieira

“Não se pede ao contador um pedaço de vida quotidiana, mas um GRANDE sonho...”Henri Verneuil


Quando surgiu o surto da gripe A, pensei de imediato num conto que pudesse adaptar como forma de alerta ao problema. Surgiu o Coelhinho Branco e acrescentei ao título o Vírus da Gripe A. Adaptei a história por forma a tratar esta problemática e resultou lindamente.As crianças gostaram bastante. Fiz a leitura encenada do conto, com os diferentes animais feitos em cartolina, em jeito de fantoches e utilizei os diferentes tons de voz para os imitar. Depois mostrei as imagens e dialogámos sobre as características desses mesmos animais. Abordei ainda alguns aspectos da história (qual o animal mais forte, mais simpático, …quais as consequências da falta de higiene para a saúde; quais as medidas a ter em consideração para evitar o contágio do vírus da gripe...). Finalmente as crianças recontaram a história servindo-se dos animais feitos em cartão. Também executaram uma ficha adaptada aos anos de escolaridade. As turmas onde apresentei o referido conto foram as seguintes: CR6 -3ºano, CA1- 3ºano, CA3 – 2º e 3ºanos, FO3 – 4ºano, MA2 – 2º e 3ºanos, RO1 -1º e 2ºanos, RO2 – 3º e 4ºanos, PQ1 – 1ºano, ES1 – todos os anos, RE1 - 1º e 2ºanos, RE2 - 3º e 4ºanos durante o mês de Outubro

Conto adaptado
Era uma vez, um coelhinho branco que vivia na sua toca muito confortável. Estava a fazer o seu almoço e decidiu ir colher umas couvitas na sua horta, para fazer um caldinho. Quando voltou a casa, a porta estava fechada e por isso resolveu bater: truz, truz, truz.
- Quem é? Quem está aí?- Eu sou o coelhinho branco. Fui à horta buscar uma couve para fazer um caldinho...- E eu sou o vírus da gripe A; se entras em casa, infecto-te já!!
O Coelhinho Branco ficou muito triste e resolveu ir embora, pois tinha medo do perigoso vírus. A poucos passos de casa, encontrou a vaca, que lhe disse:Que tens Coelhinho Branco, que vais tão triste?- Oh, fui à horta buscar umas couvinhas para fazer o meu caldinho, e quando cheguei a casa estava lá o vírus da gripe A, que me disse que se entro em casa, infecta-me já!.- Mmmuuuuu… Já ouvi falar dele. É um bicho muito mau, que pode deixar as pessoas muito doentes, com febre, espirros e muita tosse. E uma pessoa que esteja doente, se tossir ou espirrar para cima de outra, pode passar-lhe a gripe. Ou então, se tossir ou espirrar para as mãos, pode passar o vírus para as coisas em que tocar e ele fica lá à espera de outra pessoa para contagiar. Eu não vou lá que tenho medo!
Foi-se o coelhinho, muito mais que triste, já sem esperanças de poder voltar para casa, quando a meio do caminho encontrou um cão que lhe perguntou:
- Que tens Coelhinho Branco, que vais tão triste?- Oh, fui à horta buscar umas couvinhas para fazer o meu caldinho, e quando cheguei a casa estava lá o vírus da gripe A, que me disse que se entro em casa, infecta-me já.- Ão ão… Pois é. E o problema é que ele é tão pequenino que não se vê. Pode estar escondido numa mesa, num brinquedo, no teclado do computador, sem tu saberes… Basta agarrares na maçaneta da porta e podes ficar logo infectado. Eu não vou lá que tenho medo!
E o coelhinho branco ficou ainda mais desolado, a pensar nalguma coisa que pudesse derrotar aquele vírus malvado. Já a chorar e a soluçar de tanta tristeza, encontrou a Formiga Rabiga, conhecida por ser muito ajuizada e valente:- Que tens Coelhinho Branco, que vais tão triste?- Oh, fui à horta buscar umas couvinhas para fazer o meu caldinho, e quando cheguei a casa estava lá o vírus da gripe A, que me disse que se entro em casa, infecta-me já. Já pedi ajuda à vaca e ao cão, mas eles têm medo, tal como eu, de o enfrentar.- Não te preocupes mais, amigo. Eu sei como vencê-lo. Para já, é preciso:
· Lavar as mãos muito bem com água e sabão;
· Se tossires ou espirrares, deves fazê-lo para um lenço de papel e depois deitá-lo no balde do lixo; se não tiveres lenço, não espirres ou tussas para as mãos, mas para a manga;
· Depois, não deves beber do copo dos teus amigos. Nem deves partilhar a sopa, a colher, a palhinha do sumo ou o gelado.
· Também não deves andar aos beijinhos a toda a gente;
· E é preciso limpar tudo muito bem com desinfectante.
É isso que vamos fazer a tua casa. Anda daí comigo! - disse a formiguinha. E lá foram. Chegaram a casa do Coelhinho Branco bateram à porta:- Quem é? - perguntou o vírus da gripe A.- É o Coelhinho Branco.- E eu sou o vírus da gripe A; se entras em casa, infecto-te já!Então a formiga disse:- E eu sou a Formiga Rabiga, que acaba já contigo, vírus duma figa!Entrou em casa e começou a limpar tudo com desinfectante. O vírus gritava:- Pára! Pára! Assim dás cabo de mim.Até que deixou de se ouvir, porque a Formiga Rabiga tinha acabado com ele.Escusado será dizer que o Coelhinho Branco pôde finalmente fazer o seu caldinho, que comeu todo satisfeito na companhia da Formiga Rabiga. Mas, antes e depois da refeição, não se esqueceram de lavar muito bem as mãos.

A Velha e o Garrafão - António Mota

(…) os livros são a melhor maneira (…) de “sonharmos” acordados

Este conto foi apresentado no mês de Outubro em cinco turmas: CR1 – 1º ano – EB1 do Campo Redondo, CA3 -2º e 3ºanos e CA2 – 4º ano da EB1 das Cantarias, LO2 – 3ºano da EB1 do Loreto e o curso de alfabetização de adultos. Li e explorei a história. Depois reflectiu-se e debateu-se a moral da mesma. Na turma CR1 e no curso de alfabetização de adultos trabalhei o conto em parceria com a professora bibliotecária, Irene Queijo que se caracterizou de velhinha com um xaile, um lenço na cabeça, uma saia e uns óculos na ponta do nariz e fez-se uma dramatização muito animada. Colocámos dentro de um garrafão pedacinhos de revistas e dinheiro em notas fotocopiadas e a aula prosseguiu com a extracção das notas que estavam no interior do garrafão, para surpresa das crianças, atirando-se ao ar. Também se reflectiu sobre a lição que retirámos do conto e fizeram-se exercícios de desenvolvimento da consciência fonológica. Finalmente procedeu-se à elaboração de uma pequena ficha.

O Pastorinho e a Flauta – Alexandre Parafita “Ler é, antes de tudo, compreender.”

No seguimento da visita do escritor Alexandre Parafita, à Escola da Mãe D` Água, apresentei à turma MA3 – 3º ano, o conto “O Pastorinho e a Flauta”, extraído do livro”O rei na barriga e outras histórias de tradição oral” também deste escritor. O desenvolvimento da aula foi semelhante ao da aula da turma MA4 com a abordagem do texto “Canção Pastoril”. Porém, as actividades de consolidação foram diferentes. Apresentei um cartaz ilustrativo, executado em papel cenário e pintado a pastel seco, de uma cena do referido texto poético. Depois de visualizado procedi à sua exploração. De seguida, mostrei o livro e dialoguei sobre os elementos essenciais de um livro: A capa, o título, o autor, o ilustrador, o ano de edição, o nº de edição, a lombada e a contra capa; da tradição oral (contos populares, lendas e mitos) e outros textos que o povo guarda na memória (provérbios, orações, lengalengas, adivinhas, cancioneiros, romanceiros…); dos conceitos biografia e autobiografia e finalmente dei a conhecer um pouquinho da vida e a obra do autor. Os alunos recontaram oralmente a história e depois executaram um trabalho em grupo, utilizando palavras soltas, retiradas do contexto da história. As palavras foram colocadas em envelopes devidamente identificados e o porta voz de cada grupo, escolheu um envelope. Cada grupo, construiu um texto utilizando todas as palavras que continha o seu envelope. Após a construção de todos os textos, o porta voz de cada grupo, leu em voz alta, a sua produção. Os alunos apreciaram bastante este trabalho de grupo e o conto apresentado. Palavras soltas que foram colocadas nos envelopes. Envelope do grupo A: Pastor - - órfão - rebanho - pequeno - água - castanha - Sol - cristalina - rompia - margens - sabor - menino - verdejantes - pastavam - flauta - abastado - agricultor. Envelope do grupo B: Ouvir - sombra - fartas - relva - verdejante - pedaços- - floridas - giestas - curral - patrão - zangado - pedra - ovelhas - música - deitadas - partiu - flauta - pastor. Envelope do grupo C: Ameaçou - patrão - som - não - melodias - prados - verdejantes - ervas - tenras - ovelhinhas - comiam - magras - fracas - decidiu - amo - arreliado - melhores - prados - gaita. Envelope do grupo D: Menino - nada - inocente - ombros - Moncorvo - flauta - lábios - tocar - costume - ovelhinhas - pastar patrão - acreditar - pequeno - maltratou


Canção Pastoril - Alexandre Parafita “As histórias possuem cheiros, cores e sabores por isso são uma fábrica de experiências e imaginação”.
Foi escolhido intencionalmente o texto poético “Canção Pastoril”, extraído do livro “A mala vazia e algumas histórias de tradição oral” do escritor Alexandre Parafita, apenas à turma MA4 – 4º ano – EB1 – Mãe D`Água, em virtude de o mesmos ter sido escolhido como o Escritor do mês e a professora Bibliotecária ter requisitado a sua visita para um encontro com os meninos das turmas de 3º e 4ºanos, desta escola. Apresentei como breve forma de introdução, um cartaz ilustrativo, executado em papel cenário e pintado a pastel seco, de uma cena do referido texto poético. Depois de visualizado procedeu-se à sua exploração. De seguida, mostrei o livro e dialogou-se sobre os elementos essenciais de um livro: A capa, o título, o autor, o ilustrador, o ano de edição, o nº de edição, a lombada e a contra capa; da tradição oral (contos populares, lendas e mitos) e outros textos que o povo guarda na memória (provérbios, orações, lengalengas, adivinhas, cancioneiros, romanceiros…); das marcas de um texto poético (quadras, adjectivação, rima…); dos conceitos biografia e autobiografia e finalmente dei a conhecer um pouquinho da vida e a obra do autor. Procedi de seguida à leitura expressiva do texto e fez-se no final uma pequena reflexão sobre o conteúdo do mesmo. Posteriormente, executei com os alunos um jogo: “Descoberta das Palavras que Moram na Palavra”, com palavras retiradas do texto. Elaboram-se individualmente quadras relacionadas com o texto e fez-se a sua ilustração. Leram as suas quadras utilizando diferentes entoações: a rir, a chorar, a cantar, zangado, rápido, lento… Depois as crianças Colaram as respectivas quadras em cartões executados em cartolinas de diversas cores, que declamaram ao escritor, aquando da sua visita à escola. Coloquei os cartões, numa réplica de um arbusto que recolhi no campo e pendurei-os com molas coloridas. Ficou um trabalho muito interessante e as crianças participaram entusiasticamente em todas as actividades propostas.